O silêncio murcha, as folhas da tristeza brotam com as
suas nervuras rígidas.
Tu não grites, não grites, não me dilaceres com os teus
olhares,
Não me dês a forca das cordas vivas dos teus queixumes,
dos teus pesares.
Estou a ressequir-me no fundo da minha carne, a minha
morte veste-me de moscas ruidosas e azuis.
Os meus nervos estendem os seus tentáculos de polvo
para o vácuo viscoso,
Abarcam os astros-peixes da infância, enebriam-se com
o seu sangue ardente.
Sou apenas um olho glauco humedecido a rodar no seu eixo,
os meus tormentos incandescem.
Arranca-me às profundezas vítreas da minha indiferença,
liberta-me desta crisálida voraz.
Já oiço cantar o cervo, vamos por essas terras
Onde as florestas são de silêncio, e as árvores do mutismo
ostentam as suas ramadas,
Onde florescem aves vermelhas, o veado da doçura é errante.
Do teu coração jorra o meu, e ao luar desabrocha a
flor do silêncio.